Itinerários romanos e medievais em Braga


Caríssimos, recebi um email da Geoplanum (associação de estudantes de Geografia da Universidade do Minho), acerca do seguinte:


Divulgação o seguinte evento que se realizará no dia 1 de Outubro de acordo com o programa "Festival de Outono 2010"  que pensamos ser do vosso interesse:
"Visita guiada pelos "Itinerários romanos e medievais de Braga: circuito romano" a realizar por alunos do curso de Arqueologia.


Unidade de Arqueologia
“Itinerários Romanos e Medievais de Braga”(centro histórico de Braga)



- Ponto de encontro junto à Torre de Menagem 
– Duração 2 horas 
– Nº de participantes 25 por grupo (possibilidade de constituir até 4 grupos por visita)


Visitas
Dia 1 de Outubro:
10.30h: Circuito Romano/Circuito Medieval
15.00h: Circuito Medieval/Circuito Romano
Os circuitos serão simultâneos de manhã e de tarde.


Inscrições e Contactos:
Envio de e-mail com nome e contacto para: ccultural@reitoria.uminho.pt - telefone 253601139




XII Colóquio Ibérico de Geografia



Divulgo esta mensagem a pedido da Srª Professora Teresa Sá Marques.

O XII Colóquio Ibérico de Geografia vai decorrer na FLUP na semana de 6 a 9 de Outubro.

Os alunos de mestrado e doutoramento da FLUP podem assistir ao Colóquio, mas não têm direito a certificado de pertença.
Os alunos da FLUP que querem ter um certificado de presença podem ainda inscrever-se pelo valor mais baixo para estudantes (60 euros). Isto para alunos de doutoramento, mestrado ou de licenciatura.
Têm de fazer prova que são estudantes da FLUP.
Eu vou lá estar.

Bolsa de Investigação - Geografia Física ou afins

Projecto: SECOA - Solutions for Environmental Contrasts in Costal Areas

Perfil do Bolseiro: Conhecimentos de Geografia Física ou áreas afins, com sólidos conhecimentos de climatologia, SIG e recolha e tratamento estatístico

Duração: Setembro a Novembro de 2010

Contacto: António Lopes (Prof. Auxiliar) Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa

IGOT - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território

Edifício da FLUL

Alameda da Universidade

1600-214 Lisboa Portugal

Tel: + 351 1 7940218 / 7965469

Fax: + 351 1 793869

Bolsa de Investigação ISEP

Instituto Superior de Engenharia do Porto

Cargo/posição/bolsa: Bolsa de Investigação

Referência: CARTGALICIA

Área científica genérica: Engineering

Área científica específica:

Resumo do anúncio:
Encontra-se aberto concurso para atribuição de uma (1) Bolsa de Investigação de curta duração para Licenciado no âmbito do Projecto CartGalicia, designado por Cartografia SIG Para o Estudo da Erosão Costeira na Costa da Galiza / Cartografia SIX para o estudo da erosión costeira na costa da Galicia, financiado pela Universidade de Santiago de CompostelaFEUGA no âmbito de estudo solicitado ao LabcargaISEP

Texto do anúncio
Encontra-se aberto concurso para atribuição de uma (1) Bolsa de Investigação de curta duração para Licenciado no âmbito do Projecto CartGalicia, designado por Cartografia SIG Para o Estudo da Erosão Costeira na Costa da Galiza / Cartografia SIX para o estudo da erosión costeira na costa da Galicia, financiado pela Universidade de Santiago de CompostelaFEUGA no âmbito de estudo solicitado ao LabcargaISEP, nas seguintes condições:

· Duração e Regime de Actividade: Duração de quatro (04) meses, com início previsto para 1 de Novembro de 2010, em regime de exclusividade, conforme regulamento de formação avançada do ISEP (cf: Diário da República, 2.ª série—N.º 88—6 de Maio de 2010; pp. 24532-24536). A Bolsa poderá, eventualmente, ser renovada até ao limite da duração do projecto supracitado.

· Objecto de Actividade: Espanha apresenta um total de 6.584 km de linha de costa. A região da Galiza encontra-se, aparentemente, classificada como sendo de risco médio em termos de erosão. Logo, será de extrema importância quantificar e confirmar os dados de erosão presentemente, bem como estudar a evolução da linha de costa para prever cenários a curto, médio e longo-prazo. O bolseiro a seleccionar deverá ter um perfil com bons conhecimentos nos domínios da cartografia aplicada de sistemas de informação geográfica (SIG), ordenamento do território e recursos hídricos. O bolseiro desenvolverá o seu trabalho no Laboratório de Cartografia e Geologia AplicadaISEP e a área geográfica de trabalho de campo será a Galiza. Será valorizado o conhecimento das línguas castelhana e inglesa. A duração prevista do projecto é de 6 meses.

· Orientação Científica: A orientação científica do bolseiro ficará a cargo do Professor Coordenador Doutor Helder I. Chaminé, docente do Departamento de Engenharia Geotécnica do ISEP e director do LabcargaISEP.

· Formação Académica: A formação académica requerida corresponde à Licenciatura em Geografia (perfil: Sistemas de Informação Geográfica e Ordenamento do Território) ou equivalente e experiência relevante e competências, especialmente, nos domínios da geo-cartografia aplicada e histórica e de cartografia SIG aplicada aos recursos hídricos. Será valorizado a frequência do mestrado na área de Geografia (perfil: Sistemas de Informação Geográfica e Ordenamento do Território) ou equivalente.

· Remuneração: De acordo com a tabela de valores das Bolsas de Investigação no país atribuídas pela FCT (€ 745,00 por mês).

· Documentos de Candidatura: Os interessados deverão enviar uma cópia pormenorizada e actualizada do seu Curriculum Vitae, fotocópia da certidão da conclusão da Licenciatura com indicação da média obtida e uma carta de motivação. Caso se justifique poderá haver entrevista. A documentação anterior deverá ser enviada por correio ou entregue directamente no seguinte endereço:

Laboratório de Cartografia e Geologia Aplicada, LabcargaISEP

A/C Prof. Doutor Helder I. Chaminé

Instituto Superior de Engenharia do Porto, ISEP

Rua do Dr. António Bernardino de Almeida, 431

4200-072 Porto, Portugal

Data de Início e de Conclusão do Prazo do Concurso: 20 a 04 de Outubro de 2010.

Tableau Public



Boa tarde.

Hoje venho falar de uma ferramenta que apareceu há relativamente pouco tempo nos canais internéticos e que pode ser útil, extremamente útil. Essa ferramenta é o Tableau, mais propriamentea sua versão grátis, o Tableau Public.

Numa explicação simplória poderia dizer-vos que o Tableau permite (basicamente) importar dados (na sua versão grátis apenas Access, Excel e Text) utilizando para isso uma aplicação, a qual nos é induzida a fazer o download depois de feito o registo, podendo depois organizá-los visualmente da forma que melhor entendermos utilizando para isso o extenso rol de menus e opções existentes.

O que pode não ser fácil de entender à primeira vista é a vantagem que isto nos proporciona,  trazer dados estáticos e sem grande significado à vida, tornando-os manuseáveis e dinâmicos,  mas, o mais simples é mesmo recorremos a um exemplo. Imaginemos que é possível pegar numa base de dados sobre transportes, importá-la para o Tableau com os mesmos relacionamentos que tínhamos no Access, escolher alguns campos e fazermos uma página fabulosa com todos os elementos dos transportes organizados de modo intuitivo os quais são passíveis de pesquisar dinâmicamente mediante a informação que tenhamos na base de dados e depois exportá-la em vários formatos. E o melhor, é possível integrar o resultado do nosso trabalho no Tableau na web. É possível criar uma quantidade inimaginável de gráficos e visualizações dinâmicas para dados em Excel, havendo, portanto, todo um mundo de possibilidades de utilização que a função básica e gratuita deste programa nos oferece.

Aconselho-vos a verem vocês próprios como tudo funciona:
Criem o registo AQUI

E aqui mais um exemplo do Wall Street Journal

Agora algumas imagens:






Testem este maravilhoso produto. Eu considero-o extremamente útil.








Horários 1º Semestre - MSIGOT e MRCOT

Boa noite! 

Aqui estão os horários do 1º semestre para os Mestrados de Riscos, Cidades e Ordenamento do Território e Sistemas de Informação Geográfica e Ordenamento do Território (cliquem nos respectivos links):


Podem também fazer o download (opcionalmente), em ficheiro rar através do mediafire AQUI.

Esperamos que todos tenham um ano muito proveitoso.

A gerência do estaminé.

This is ground control for Major Tom

E para que todos passem uma boa noite coloco hoje este sonoro fantástico de uma lenda viva do rock:

Bolsa de Investigação

Boa tarde a todos.

Por indicação da nossa colega Paula Ribeiro (o meu muito obrigado), aqui vai mais um anúncio para uma Bolsa de Investigação:


TERCUD - Centro de Estudos do Território Cultura e Desenvolvimento
Referência: Bolsa de Investigação (BI) no âmbito do projecto de investigação FCT/PTDC/GEO/68440/2006 intitulado "SEGREX - EXPANSÃO DAS SEGUNDAS RESIDÊNCIAS E PLANEAMENTO DO DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL EM PORTUGAL”
Área científica genérica: Geography
Área científica específica: 

Resumo do anúncio:
Texto do anúncio
Aceitam-se candidaturas para atribuição de uma Bolsa de Investigação (BI) no âmbito do projecto de investigação FCT/PTDC/GEO/68440/2006 intitulado "SEGREX - EXPANSÃO DAS SEGUNDAS RESIDÊNCIAS E PLANEAMENTO DO DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL EM PORTUGAL”, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Tarefas a realizar:
Participação activa na investigação científica;
Actividades de suporte à investigação de gabinete e de campo, nomeadamente: pesquisas bibliográficas, inquéritos, análise de dados, facilitação de parcerias e organização de eventos nacionais e internacionais;
Concepção, gestão e manutenção de websites;
Criação, manutenção e análise de bancos de dados, imagens e mapas.

Qualificações requeridas:
Licenciatura em Geografia e Desenvolvimento;
Experiência na organização de eventos científicos nacionais e internacionais;
Experiência de investigação científica de gabinete e de campo;
Conhecimento avançado de língua inglesa, escrita e oral;
- manutenção e a análise de bases de dados;

Utilização independente de Sistemas de Informação Geográfica para efeitos de produção de cartografia e análise territorial;
Utilização independente de programas para concepção, gestão e manutenção de websites.

Valor da Bolsa: 745 €/mês, em regime de tempo integral (remuneração de acordo com a tabela de valores das Bolsas de Investigação atribuídas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia).
Duração da Bolsa: 14 meses, renovável até ao fim do projecto (Dezembro de 2011).
Condições da Bolsa: A bolsa rege-se pelo Estatuto do Bolseiro de Investigação Científica (Decreto-Lei 40/2004, de 18 de Agosto)

Local de trabalho: TERCUD – Centro de Estudos do Território Urbanismo e Desenvolvimento, Faculdade de Arquitectura, Urbanismo e Geografia, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisboa

Prazos:
Período de candidaturas: candidaturas abertas de 27 Setembro a 11 Outubro de 2010
Início de Bolsa: 1 de Novembro 2010

Envio de Candidaturas: As candidaturas deverão ser enviadas para:
Prof. Doutor Zoran Roca, Director
TERCUD - Centro de Estudos do Território Cultura e Desenvolvimento
Faculdade de Arquitectura, Urbanismo e Geografia
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Av. Campo Grande, 376 – 1749-024, Lisboa
por meio de uma carta de motivação onde deverá figurar a identificação do candidato e a referência completa do projecto a que se candidata, acompanhado da seguinte documentação:
Currículum Vitae detalhado;
Cópia do Certificado de Habilitações com indicação das respectivas classificações.
Processo de selecção: será realizada uma primeira selecção curricular, seguida de eventual entrevista cujo resultado final, para efeitos de ordenação dos candidatos, seguirá os seguintes critérios:
Experiência de investigação científica de gabinete e de campo: 30%;
Experiência na organização de eventos científicos nacionais e internacionais: 30%;
Experiência na criação, manutenção e análise de bases de dados: 15%;
Conhecimento de língua inglesa, escrita e oral: 10%;
Conhecimentos de Sistemas de Informação Geográfica: 10%;
Conhecimentos de programas para concepção, gestão e manutenção de websites: 5%.
Divulgação de resultados: os candidatos serão notificados por correio electrónico no dia 18 de Outubro.

(publicado em: http://www.eracareers.pt a 16-09-10)







Acerca das questões dos ciganos

Bom dia. Hoje li um texto elaborado (revista Visão) pelo conhecido Ricardo Araújo Pereira e que fala de uma forma satírica acerca das questões dos ciganos. Resolvi publicar aqui:

Todos sabíamos do papel que os ciganos desempenharam no descalabro financeiro mundial. O conselho de administração do banco Lehman Brothers era integralmente constituído por ciganos.
A crise económica que o mundo vive é complexa, e não é fácil apontar com exatidão o momento em que terá principiado, mas o governo francês já identificou os seus responsáveis: são os ciganos. A descoberta não terá apanhado ninguém de surpresa. A bem dizer, todos sabíamos do papel que os ciganos desempenharam no descalabro financeiro norte-americano e, subsequentemente, mundial. O conselho de administração do banco de investimento Lehman Brothers era integralmente constituído por ciganos. Uma das razões da falência do banco foi, aliás, o facto de os seus administradores só pegarem ao serviço à tarde. De manhã estavam na feira, a vender T-shirts de contrafação. Bernard Madoff, cuja tez morena é bem reveladora de ascendência cigana, confessou ter planeado o seu esquema fraudulento ao som dos Gipsy Kings. E subprime é um termo do dialeto cigano que significa "ai, Lelo, vamos conceder empréstimos imobiliários de alto risco até provocar a insolvência de três ou quatro grandes instituições financeiras".

Ninguém sabe bem a razão pela qual os gregos elegeram um governo de ciganos, mas o facto é que eles estão lá, a fazer crescer a dívida externa e a arrastar a Europa para a falência. E Sócrates, não sendo cigano, é, no entender de muitos, um ciganão. Creio que é óbvio para toda a gente que a crise económica é mundial precisamente porque os ciganos, sendo nómadas, conseguiram levá-la a todo o lado.

É mais do que natural e justo que o governo francês tenha perdido a paciência com os prejuízos que esta etnia tradicionalmente ligada à alta finança tem provocado e, por isso, como costuma suceder em França com os estrangeiros que não têm categoria suficiente para representar a seleção francesa de futebol, os ciganos foram recambiados para o seu país de origem. País esse que, neste caso, é a Roménia - que faz parte da União Europeia. É azar: os ciganos, que são um povo sem fronteiras, têm algumas dificuldades para circular na Europa sem fronteiras. Ainda assim, um povo tão habituado a ler a sina deveria ter adivinhado que isto da livre circulação de pessoas iria ser prejudicial para quem é nómada. Era mais que óbvio.

Não ignoro que a medida de Sarkozy tem sido criticada, mas apenas pelos radicais de esquerda do costume. Como o Papa. A verdade é que os ciganos só trazem problemas. Recordo que o cigano mais famoso de sempre era estrela de cinema. Chamava-se Charlie Chaplin. Se bem me lembro, era raro o filme em que ele não arranjava problemas com a polícia. Aquilo está-lhes no sangue.

O problema ferroviário do Grande Porto (e do Norte)

Caros Colegas

Este texto pode não ser novidade para ninguém, como pode, pelo menos para mim, ser uma agradável surpresa sobre um tema que penso que cada um de nós, e acredito que pouca gente nunca tenha andado de comboio (mais não seja para passear), terá forçosamente que ter uma opinião. Pessoalmente acho que tudo o que tem sido feito a respeito das ferrovias, falando do sítio de onde conheço melhor a situação como assíduo passageiro que fui (já não sou tanto), uma tremenda desgraça, desprovida de sentido, de valor técnico e que realmente me faz questionar sobre se as pessoas que trabalham nesta área e que decidem (ataco essas em concreto) sabem mesmo o que fazem, se lêem e olham para os bons exemplos, se consultam os técnicos qualificados, se são isentas e trabalham em prol de um melhoramento efectivo do país, pois as ferrovias têm um papel importante no mesmo.

Uma última menção para o Nuno Gomes Lopes que têm feito um trabalho interessante no seu site que aconselho vivamente toda a gente a visitar.

Aqui vai o artigo, podem descarregá-lo também em PDF aqui .

"Mapa Torto"


Não que fosse novidade para mim, era aliás tema de debate mental há algum tempo já, mas o grito de alerta surgiu quando me disseram: A minha mãe quer ir de Estarreja a Guimarães e o comboio demora três horas. Claro que isto não é toda a verdade – dá para reduzir o tempo de percurso a uma duração mais aceitável – mas como a CP estipula um tempo mínimo para os transbordos (10 minutos?), os percursos propostos pela transportadora apenas incluem viagens com transbordos superiores ao mínimo fixado.
Parti deste mapa como início de reflexão (sistema de transportes ferroviários do Ruhrgebiet, a maior concentração populacional da Alemanha):



Não é uma comparação direta entre a zona do Ruhr e o Norte Litoral – enquanto que uma, na sua totalidade, comporta mais de 10 milhões de habitantes, a outra tem pouco mais de 4 milhões, e com densidades bastantes diferentes -, mas antes o assumir do sistema alemão como modelo para o desenvolvimento de um modelo de transportes mais integrado e, acima de tudo, mais racional.
Por incrível que pareça, existe no modelo alemão de serviços ferroviários (que não de longo-curso) alguma semelhança com o sistema português. O S-Bahn alemão tem como equivalente o Urbanoportuguês; o Regionalbahn é como o Regional da CP; e o Regional-Express é primo do InterRegional português. As semelhanças ficam pelos nomes. O sistema alemão é bastante claro: o S-Bahn cobre distâncias entre os 20 e os 100 kms; o Regionalbahn une pontos a distar 50 a 100 kms entre si; e oRegional-Express opera em distâncias entre os 100 e os 200 kms. Enquanto que o S-Bahn existe apenas nos eixos com maior densidade populacional, os outros dois cobrem toda a rede ferroviária alemã.
Na rede portuguesa não existe tamanha clareza. Apesar de também existirem comboios Urbanos em Coimbra, apenas Lisboa e Porto constituem redes com nome próprio. A diferença entre este e o sistema alemão é abissal – enquanto que os S-Bahn alemães servem eixos com grande procura, os comboios portugueses ligam os subúrbios ao centro de Lisboa e do Porto.
Os portugueses Regional e InterRegional servem eixos de baixa procura, caso das Linhas do Minho (a norte de Nine), do Oeste e do Algarve, todas as linhas do interior e as linhas de bitola métrica (Vouga, Tua, Tâmega e Corgo). Normalmente utilizam veículos por modernizar, sem ar-condicionado e incapazes de acelerar a sério. Um serviço de remedeio. Mais uma vez, nada a ver com o exemplo alemão. Os bahndos nossos camaradas são modernos e rápidos (alguns atingem mesmo os 200 km/h) e servem tanto eixos de menor procura como eixos urbanos. E um serviço regional pode ligar duas cidades importantes a 100 km de distância, cruzando pelo caminho uma cidade com maior importância. Mais uma vez, nada que ver com o sistema português. Por cá, o comboio faz sempre término quando atinge a cidade de maior importância (exemplos: Entroncamento-Porto_Campanhã, Régua-Porto_Campanhã).
Outra das diferenças, uma artificialidade criada aquando da separação da CP em unidades de negócio, foi a ideia da concorrência. Considerou-se na CP que as duas únicas unidades a alguma vez terem lucro seriam o longo-curso e o curto-curso (neologismo acabado de inventar), arredando à partida qualquer ideia de sustentabilidade económica dos médio-curso, atirados para eixos pouco competitivos e com parco investimento na modernização da linha e das composições. Assim, nos eixos suburbanos modernizados recentemente no norte litoral (a Linha do Norte, a Linha do Minho e a Linha do Douro) mantiveram serviços regionais; os ramais de Braga e de Guimarães, que ligam estas cidades à Linha do Minho (e sem ligações a montante das cidades), deixaram de ter Regionais e InterRegionais para passarem a ter apenas Urbanos (com destino ao Porto) e Alfas e InterCidades (com destino a Lisboa). Nas Linhas do Minho e do Douro, o Urbano cresceu à custa do serviço regional, e nasceu o paradoxo de ligações regionais vindas da Régua e de Viana terem término em, respetivamente, Caíde e Nine, para daí seguirem em Urbanos para o Porto. Assim o volume de passageiros dos Urbanos do Porto teve um aumento artificial, e os utentes do serviço regional perderam qualidade de serviço, com a adição de transbordos e acumulação de passes. Uma atitude irresponsável e imperdoável da direção da CP em Lisboa, que já terá custado a perda de inúmeros clientes para o transporte individual.
Qualquer um dos exemplos citados anteriormente não existe nas redes alemãs. Nunca um comboio vindo de Köln faz término nas imediações de Dortmund – ou faz término na Hauptbahnhof de Dortmund ou passa nesta, seguindo para outros destinos. Voltando à rede portuguesa, e centrando-nos no Grande Porto, ocorre outra situação inexistente na Alemanha.

A Estação das Devesas, em Gaia, tem uma grande procura de passageiros. Será, juntamente com General Torres, uma das duas estações do concelho de Gaia com maior procura. Olhando para o diagrama, Gaia nem sequer aparece. O meu critério foi representar apenas entroncamentos de vias e estações de término de composições, o que não é o caso das Devesas. A minha pergunta inicial foi a seguinte: sendo as Devesas uma estação tão importante e central como Campanhã, como é que nas Devesas nenhum comboio faz término e em Campanhã fazem todos (excetuando os que seguem para São Bento)? Exato: por nenhuma razão prática ou logística ou o que for. Acontece que, ao contrário do sistema alemão, os Urbanos portugueses não servem eixos mas sim destinos. E, motivado por esta decisão arbitrária, nenhum comboio de curto ou médio-curso vindo do norte ou da Linha do Douro segue para sul de Campanhã, nem nenhum comboio regional ou Urbano vindo da Linha do Norte segue para norte de Campanhã. A razão de tudo isto? A ‘extrema simplificação’ que ocorreu nos serviços da CP nos últimos anos. Os principais prejudicados? Os clientes.
Por causa desta revolução organizativa, as bilheteiras universais foram varridas do mapa, substituídas por ‘bilheteiras de Urbanos’, e as outras. Antes, e mesmo sem energia elétrica e apenas com um lápis e um papel, era possível, no Pocinho ou em qualquer outra estação, comprar um bilhete direto entre esta terra e, digamos, Guimarães. Agora, com a informatização e a divisão em serviços, é um pouco mais difícil, quando não impossível (acho que impossível será a palavra certa) (a alusão ao Pocinho e à inexistência da energia elétrica veio de não sei de onde, perdão ao autor).
Pesquisando pdfs e a página da CP fui elencando as tipologias de serviço da CP à volta do Grande Porto (Urbano, Regional e InterRegional) e, dentro destas, os serviços existentes (origem-destino), e cheguei ao saboroso número de 29. 29!!! O que significaria que esta zona, para além de ser a mais populosa do país, seria também a melhor servida por serviços ferroviários de curta e média distância. Sim? Não. Não, não é bem servida. É terrivelmente mal servida. E os números apenas deslumbram à primeira; olhando com mais atenção, apercebemo-nos do mal:

Podemos começar a visita pelo caos e horror que é a ferrovia no Grande Porto pela recém-reaberta Linha de Leixões. As mercadorias continuam a circular de todo o país para o Porto de Matosinhos, mas os passageiros circulam apenas entre Ermesinde e Leça do Balio. Nem mais. Um serviço de caminho-de-ferro com a extensão de 10 kms que circula pelos arrabaldes do Porto sem ligar qualquer centralidade, como já referi antes por aqui. Parece que finalmente haverá uma ligação a Campanhã(via concordância de São Gemil-Contumil), o que já não será mau.
Continuando, num dos extremos do serviço regional do Douro existem ligações em urbanos e regionais entre Penafiel e Marco de Canaveses, entre este e Caíde e entre cada um destes e São Bento. Logo aqui surgem 4 serviços que poderiam facilmente ser substituídos por um (admito que a zona não seja fácil, com o eixo de Urbanos a seguir até ao Marco de Canaveses e a eletrificação, linha dupla e modernização apenas até Caíde). Existem também Urbanos (!) entre Ermesinde e Campanhã (!!). Mais a norte, há um Regional entre Viana e Nine (!!!) e um Urbano entre esta (Nine, essa grande metrópole do noroeste peninsular) e Braga. E o que dizer do Urbano entre Guimarães e Lousado? E do Urbano entre o Porto e a Granja, a apenas uma estação de Espinho?
Eu sei que esta é uma análise relativamente superficial. Sei, por exemplo, que parte das composições que partem do Pocinho seguem diretamente para o Porto, sem necessidade de transbordo. Mas eu sei isso por ter utilizado a linha durante alguns anos. Qualquer outra pessoa que consulte os horários não tem essa perceção. Existem, por isso, dois fatores a considerar nesta questão: os transbordos, desagradáveis, incómodos, que fazem perder tempo e qualidade à viagem e desmotivam parte dos utilizadores; e a perceção pública do serviço. E esta não é uma questão a desprezar, nada disso. Se eu, morando em Estarreja, souber que na estação param Urbanos, Regionais e InterRegionais dirigidos a São Bento, Valença, Braga, Régua, Guimarães, Viana do Castelo, Aveiro, Figueira da Foz e Coimbra, em ligações rápidas e modernas, não terei toda a vontade de utilizar o comboio? Hoje em dia, querendo ir para sul, existe apenas um Regional a parar em Estarreja (circula de madrugada entre Campanhã e o Oriente) e os Urbanos para Aveiro. No sentido contrário, apenas Urbanos destinados a São Bento ou Campanhã e um Regional madrugador e um InterRegional destinados a estas estações. As opções são mínimas, e qualquer destino fora do eixo Aveiro-Campanhã obriga sempre a transbordos parvos.
Já que a CP não faz o trabalho-de-casa, dei-me eu ao trabalho de reformular toda esta salgalhada. Cheguei a um número de serviços (24) que poderá ser excessivo, mas que garante a melhoria da mobilidade em grande parte da região:

E o pormenor do centro:

Conclusões:
1- Se o destino é o Porto, o destino é São Bento. Centro, ponto final.
2- Trabalhando no contexto de eixos (e não de destinos), os comboios deverão passar a fazer *apenas* paragem em Campanhã, e não término. Que não justifiquem tantos términos em Campanhã apenas pelos cais terminais que lá construíram para os comboios de médio-curso.
3- Os serviços Regional e InterRegional deverão ser reabilitados e modernizados, assim como parte das linhas onde circulam hoje em dia, arcaicas em grande parte.
4- Linhas, como é o caso dos ramais de Guimarães e Braga, onde circulam apenas comboios de curto-curso e de longo-curso, são linhas incompletas. Necessitam dos médio-curso do Regional e InterRegional.
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Nota 1: eu sei que os desenhos são feios. São, digamos, “desenhos de trabalho”.
Nota 2: aqui está o pdf da rede de serviços atual, e aqui o pdf da rede proposta. Aconselho os caros leitores a procurarem a caixinhas com as camadas, onde poderão deliciar-se ligando e desligando linhas a seu bel-prazer.
Nota 3: apenas aponto serviços a criar, eliminando os serviços existentes. Não digo nada sobre quantos destes serviços existirão em cada estação diariamente nem o número de paragens ou o tipo de ligação a estabelecer. Isso dependeria de estudos de procura e da análise da utilização desses serviços.
Nota 4: Apesar de existir uma ligação diária entre Estarreja e Guimarães em uma hora e quarenta e três minutos, conjugando Urbano e InterCidades, esta reflexão ignorou-a. Não falei do longo-curso (Alfa Pendular e InterCidades) mas apenas de ligações abaixo dos 200 kms. Urbano, Regional e InterRegional. Isto porque os problemas regionais têm de ter uma resposta regional. Não se pode esperar que as ligações a Lx resolvam, só por si, os problemas de mobilidade interurbana. Não falei também da construção de linhas novas (necessárias) nem da situação das linhas de bitola métrica (3/4 das quais atualmente desativadas, mas com um futuro a apontar para a sua integração na rede de bitola convencional).
Nota 5: sei bem da sobrecarga a que estão sujeitos alguns dos troços em questão. O que proponho é a substituição de parte dos serviços Urbanos por serviços Regional e InterRegional, e mesmo a utilização de parte das composições utilizadas nos Urbanos para esses serviços.
Nota 6: não incluí no mapa da rede atual o Regional Lisboa-Porto. Acabei de o descobrir.
Nota 7: Existe  aqui o pdf da rede de serviços proposta corrigida. bem-haja.



Façam uma pausa com..

Site da SASIG III disponível


O site das Terceiras Jornadas de Software Aberto para Sistemas de Informação Geográfica (SASIG III) está finalmente disponível em http://lisboa.sigaberto.org/

Já contém alguma informação, que é contada para ser actualizada muito em breve. Fiquem atentos.

Os realizadores contam com a colaboração de todos para ideias, sugestões e publicitação do evento.

Até lá podem actualizar a vossa agenda e fixar os dias 3, 4 e 5 de Novembro (realização do evento).

Software SIG livre no ensino português




Caríssimos


Como sabem, sou apologista do software livre quer no âmbito da minha área quer em qualquer outra. A título exemplificativo aqui está (reunião feita na página da OSGEO PT) uma lista de projectos com software livre que se encontram a ser laborados no sistema educativo português, juntamente com acções de formação actualmente agendadas.






 
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